Compadri, vou-lhe contari:
Apareceu aí um magano
De Lisboa a perguntari
O que é ser alentejano!
Estava mangando c'a genti
E apanhou-me de maréi:
- Oiça lá, é ser diferenti
Daquilo que você éi!
Ver o mar nesta seara,
Achar que não está calori,
Saber o que é uma vara,
Trabalhar até o sol-pôri,
Saber de cor uma lenda,
Ir sempre mais devagari,
Pão e azeite à merenda
E migas para o jantari,
Tinto da pipa beberi,
Braço dado ao camarada,
Coro ou ponto a voz ergueri,
Com a goela já lavada,
De barro peças fazeri-
-boneco. prato, adereço-
Que você há de venderi
Mas por bem mais alto preço...
É a todos receberi
Com paciência infinita,
Rir de quem nos quer fazeri
Palhaços da sua fita!
Maria Paula da Silva Nunes Duarte Marques
Penela
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